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Ariane Lira do Carmo e Ana Eliza Jales | 13/02/2023 A EROTIZAÇÃO INFANTIL E AS REDES SOCIAIS

A precoce erotização infantil é um tema que preocupa bastante aqueles que convivem com crianças e zelam por seu desenvolvimento, um tema em bastante ascensão com o avanço das redes sociais.

A erotização infantil é a exposição da criança a conteúdos que são inapropriados para sua idade, ou seja, é a prática de exposição prematura de conteúdo e comportamentos àqueles que ainda não tem maturidade para compreensão de tais ações.

O processo de erotização infantil pode levar a criança a pular etapas da infância e isso é muito nocivo à sua saúde, seja psicológica ou física. Não sabemos quem são as pessoas que estão do outro lado das redes sociais, pois a internet tem um alcance mundial e é nosso dever protegê-las e não as expor.

Ao pular essa etapa da infância, a criança não vai se comportar como uma criança. Ela vai utilizar coisas de adulto, músicas de adulto, vai ter conceitos de adulto e não de criança.

A Constituição Federal prevê em seu art. 227 o Princípio da Proteção Integral de crianças e adolescentes quando diz que: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à dignidade, ao respeito, à liberdade etc., além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Ou seja, é nosso dever como pais, sociedade e governo, zelar pela saúde, dignidade e bem-estar das crianças e adolescentes.

Segundo a Psicóloga infantil, Sunny Mirelli, “A inclusão digital precoce tem proporcionado a popularização das redes sociais entre as crianças e adolescentes o que acaba por desencadear alguns riscos, principalmente por possibilitar o acesso das mesmas a conteúdos inadequados para sua faixa etária. Vale salientar também que criminosos usam dessa ferramenta para aliciar crianças para ingressar na marginalidade e que os pedófilos também utilizam para encontrar suas vítimas”.

As relações externas em que as crianças são expostas “contribuem” para a formação de sua identidade, o que pode ser afetada por fatores midiáticos, cuja adultização precoce e o exibicionismo erótico de imagens e vídeos subvertem a lógica da inocência infantil.

Ademais, a mídia também corrobora com a sexualização precoce, uma vez que nos meios de comunicação os artistas são utilizados, com o intuito de  induzirem o público a adquirir ou a fazer algo.

Desta maneira, é de extrema importância que os pais e responsáveis possuem papel essencial para que tal determinação legal seja aplicada de fato. É de suma importância que monitorem constantemente o conteúdo visto por seus filhos na internet e ajudem assim a combater assim a cultura da erotização infantil e o incentivo à preconização das crianças.

 

Ariane Lira do Carmo, Advogada e presidente da Comissão de Assistência à Criança, ao Adolescente e ao Idoso.

Ana Eliza Jales, Advogada e membro da Comissão de Assistência à Criança, ao Adolescente e ao Idoso.